segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Caro candidato a deputado

Caro candidato a deputado, quer convencer o Sr. Sujeito Passivo a votar em si para ver se é eleito no círculo eleitoral das redes sociais? Então siga os seguintes conselhos que apresentarei de seguida.

Uma campanha eleitoral tem de ter um tema forte, que vai sempre andar atrás do candidato em campanha e que servirá para convencer o eleitorado.
Portanto, a primeira medida que anunciará que tudo fará para que seja posta em prática quando for eleito será a seguinte:

SE EU FOR ELEITO, OS PRESOS VÃO LIMPAR AS MATAS.

Não se dê ao trabalho de tentar justificar como, quando e onde será posta em prática, porque, na verdade, ninguém quer saber. O Sr. Sujeito Passivo quer é ver as matas limpas, de preferência por alguém que no resto do tempo anda em festas de aniversário nas prisões.

Nem pense em abordar outras medidas sem passar por esta primeiro. Seria o fracasso político.

Passemos então a outras medidas que certamente marcariam a diferença em relação a todos os outros candidatos e com as quais estou seguro que o Sr. Sujeito Passivo se identifica.

I. Símbolos nacionais

Os símbolos nacionais estão todos ultrapassados, não porque sejam desadequados, mas porque o Sr. Sujeito Passivo não se identifica com eles.

1. Bandeira

Está na altura de mudar a bandeira nacional. O verde e o vermelho estão muito bem, mas aquela esfera armilar com os castelos e as chagas de Cristo têm de sair dali. Ora vejamos: quem sente mais Portugal que os nossos emigrantes? No estrangeiro, os emigrantes exibem as esferas armilares com orgulho? Claro que não.
É por isso que o o Sr. Sujeito Passivo quer ver este símbolo na bandeira, porque é este que representa a nossa pátria:

Portugal FPF.png


2. Língua nacional

Está na altura de retirar o português como língua oficial portuguesa. Ser a língua nacional implica que se comunique obrigatoriamente em português em todas as ocasiões formais e que a sua aprendizagem seja obrigatória na escola, além de que potencia uma certa superioridade moral em quem o domina, o que é um claro factor de discriminação social.
Está na altura de cada um poder falar e escrever como quiser, desde que se faça entender. O Sr. Sujeito passivo quer lá saber de regras da língua ou de textos sem pontuação.

3. Dia de Portugal

10 de Junho tem de deixar de ser o Dia de Portugal. Camões não passa de um tormento para quem o estuda (o Sr. Sujeito Passivo lembra-se bem disso) e tem um historial de vida que deixa algo a desejar. Além disso, o Sr. Sujeito Passivo deixou bem claro, em 2007, quem acha que merecia ter a sua data de falecimento assinalada como o Dia de Portugal, como se pode constatar aqui. 27 de Julho é um bom dia para substituir 10 de Junho, até até para não acontecer o que aconteceu em 2004, em que tivemos dois feriados num dia só.


II. Saúde

Simples: anuncie que nenhum português vai ter um hospital a mais de 30 km de casa e nenhum centro de saúde a mais de 10.

III. Educação

Proponha a reinstituição do velho exame da 4ª classe (sem o português, mas com a aritmética, as serras, os rios de Portugal, as barragens, as linhas de metropolitano de Lisboa e do Porto, etc.). O Sr Sujeito Passivo está farto de afirmar, e com razão, que ele com a 4ª classe sabe mais que muita gente que tem cursos superiores.

IV. Segurança

Proponha a organização de combates entre reclusos contra feras, à boa maneira dos gladiadores romanos. Os defensores dos animais não se preocupam que as feras ataquem os humanos, desde que depois possam voltar ao seu habitat natural. E o Sr. Sujeito Passivo, apesar de achar que o excesso de  reclusos nas cadeias se deve não à falta de recursos físicos e humanos, mas sim ao excesso de criminosos, entende que uma boa maneira de dissuadir potenciais meliantes é alertá-los de que se fogem à lei, poderão ter um encontro marcado (e desarmados!) contra o voraz Jubas.

V. Cultura

Proponha a retirada de todo o apoio estatal para a cultura e as artes. O Sr. Sujeito Passivo considera que o dinheiro gasto a apoiar essa gente que não produz, que não serve para nada e que só mama subsídios estatais, deveria ser canalizado para outros meios, como as Forças Armadas, por exemplo.

VI. Defesa

Proponha o serviço militar obrigatório para toda a gente medicamente apta para o fazer. O Sr. Sujeito Passivo fez-se homem na tropa e orgulha-se disso, porque homem que é homem (e mulher que é mulher) foi à tropa.

VII. Emprego

Proponha a abolição do subsídio de desemprego e do rendimento social de inserção. Os seus beneficiários não passam de uns preguiçosos que, enquanto puderem, ficarão como estão até que a morte os leve. Aqueles que decidirem não trabalhar irão fazer companhia aos reclusos na limpeza das matas ou a cultivar terrenos baldios. Tanta terra por trabalhar...

VIII. Justiça

Está na altura de acabar com a morosidade na justiça: proponha que qualquer processo judicial tenha de estar resolvido num prazo máximo de seis meses. Passado este tempo, o acusado é entregue ao povo, que ficará com a legitimidade de, no prazo máximo de uma semana, fazer dele o que quiser. Passado este tempo, se o acusado continuar vivo, fica com o cadastro limpo.

IX. Impostos

Pagam-se demasiados impostos. Prometa que tentará baixar os impostos de tudo e mais alguma coisa, mas subir o IVA daquilo que é completamente inútil (a saber, os livros) para 100%. Menos livros significam menos árvores abatidas e menos árvores abatidas significam mais floresta. Além disso, os filhos do Sr. Sujeito Passivo estão tão habituados aos tablets e aos telemóveis que quando pegam num livro, em vez de o folhearem, passam com um dedo para cima e para baixo para procurar novo conteúdo e em vez de usarem um marcador de livros para recomeçarem de onde estavam, tiram um print screen à página em que estavam.

X. Ambiente

Proponha a retirada de todos os caixotes e contentores do lixo das ruas. o Sr. Sujeito Passivo vê tanto lixo nas ruas, nos campos e nas praias que nem lhe ia fazer diferença.

XI. Legislação laboral


  1. Defenda que o período de nojo não se deve aplicar apenas ao falecimento dos familiares e cônjuges, mas também aos animais domésticos. Acredite que há quem fique uma semana a chorar a partida do peixinho do aquário.

sábado, 8 de junho de 2019

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Publicidade enganosa

O AXE Chill "baixa a tua temperatura em 6 graus". Mesmo que uma pessoa só use esse produto quando tem febre, eu diria que é demasiado arriscado...

quinta-feira, 11 de abril de 2019

O amor no Governo

O que acontece se dois membros do Governo se casarem? É eticamente aceitável?
E "poderão" fazer parte do Governo após novas eleições?

Agora vejamos o inverso: se um casal que faça parte do Governo se divorciar, a situação passa a ser eticamente aceitável?

sexta-feira, 8 de março de 2019

Provar os tomates tenrinhos

Antevisão do programa "Quem quer namorar com o Agricultor?"

Está para estrear o programa que vai querer pôr as mulheres a namorar com uma profissão em vez de ser com um homem. Foi apresentada uma estatística de agricultores e outra de agricultores solteiros, creio eu para deixar claro que as mulheres não querem agricultores por serem agricultores. Pode ser verdade. (A Pordata tem estatísticas sobre o total de agricultores? E mais incrível ainda, estatísticas sobre agricultores solteiros?)

Como é fácil de perceber, tanto os agricultores como as candidatas terão sido escolhidos criteriosamente, no intuito de proporcionar aos telespectadores momentos de televisão "inesquecíveis".

Haverá aquelas que colocarão entraves bem originais:
"Ele não tem hectares que cheguem"
"Com este terreno todo, não conte comigo para pagar o IMI"
"Fomos a Mirandela [na verdade era Murça] e a primeira coisa que ele me mostrou foi uma porca. Quem é que ele acha que eu sou?"
"Anda uma pessoa a arranjar as unhas para ir mexer na terra?"
"É triste saber que ele nunca foi a Barcelona só porque tinha de dar comida às galinhas"
"Isto aqui não apanha o Netflix..."

Mas nem tudo pode ser mau num agricultor.
"Já provei dois tomates dele e estavam deliciosos"
"Com tanta vaca aqui, mais uma não lhe fará diferença"
"Nunca tinha experimentado comer uma cenoura crua"
"Gosto do facto de ele ter uma plantação de pepinos"
"Este casal de coelhos faz-me lembrar a Playboy"
"Lá em Montalegre [na verdade era Montalvão] aquelas árvores dão borracha. É engraçado"
"Quando chegámos a Oliveira de Azeméis [na verdade, Oliveira de Frades] fiquei logo com vontade de comer a carne tradicional da terra. Adoro bifanas!" [Oliveira de Frades intitula-se como a capital do frango do campo]
"Ele tem aqui vários instrumentos aos quais eu pretendo dar um novo uso"

Agora não me lembro de mais. Aceito sugestões.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Discriminação nos cereais

Curiosa disposição dos cereais de pequeno-almoço no Pingo Doce: estão divididos pelas categorias de Adultos, Adolescentes e Crianças. Toda a gente sabe que é impensável uma criança comer Fitness da Nestlé. E um adulto comer Nesquik Cereais.
E a distinção entre cereais de adolescente e de criança? Porque é que o Chocapic está na secção de criança e o Golden Grahams na de adolescente?
Porque não se discutem estas questões "fracturantes"?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Cacofonias futebolísticas

Antes de incidir sobre o tema em epígrafe, começava por lamentar mais uma tendência dos dias de hoje: a "triletrização" do futebol (e não só). Os nomes dos clubes têm de ser forçosamente reduzidos a 3 letras ou a siglas, não se percebe bem porquê.
Não espanta que quando a Suécia joga em casa com a Dinamarca e aparece SWE-DEN na televisão, apareça alguém a perguntar contra quem está a jogar a Suécia, e contra quem está a jogar a Polónia quando lá vai Andorra e se vê POL-AND.
Ora, nessas fotos que apresento a Atalanta é referida por "ATA" no jogo contra a Juventus e por "ATL" no jogo contra o Cagliari. Porquê?
Acontece que CAG-ATA se leria como o particípio passado (feminino, neste caso) do verbo "cagare", cuja tradução do italiano para o português é óbvia.
Agora imagine-se que o ADO Den Haag se apura consistentemente para as competições europeias. Se defrontasse o Cagliari, lá teríamos o CAG-ADO. Se o Cagliari defrontasse o Astana, seria CAG-AST. E o Levski contra o Astana? LEV-AST.
A propósito, tenho a convicção de que Fernando Gomes está a exercer a sua influência na UEFA de tal maneira que a selecção de Portugal nunca defrontará a Áustria enquanto o seleccionador austríaco for Franco Foda, por razões óbvias.

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Novo fracasso dos Coletes Amarelos

No sábado tivemos mais uma manifestação dos Coletes Amarelos. Novo fracasso. Temo que seja sempre assim.
Um dos manifestantes afirmou que eles não são um grupo de arruaceiros, contrariamente aos de Paris. Realmente, quando alguém pensa nos Coletes Amarelos, pensa logo em gente que vai destruir o que houver para ser destruído, como o Daesh nos ensinou.
A solução é simples: mudem de indumentária.
Primeiro, pensei em manifestação dos Sapatos Vela. Mas cheguei à conclusão de que não seriam muito visíveis, excepto para aquelas mulheres que sabem como toda a gente está calçada.
Depois, pensei na manifestação das Camisas aos Quadrados. Mas isto pareceria muito masculino e pouco prático em dias de muito frio.
E à terceira foi de vez: a manifestação das Écharpes. Facilmente visíveis, reunirão consenso entre lesados do BES, malta que estará lá só porque sim, gente ligada à cultura e às artes, pseudo-intelectuais e indivíduos que têm a mania de dizer que foram a Barcelona.