Uma campanha eleitoral tem de ter um tema forte, que vai sempre andar atrás do candidato em campanha e que servirá para convencer o eleitorado.
Portanto, a primeira medida que anunciará que tudo fará para que seja posta em prática quando for eleito será a seguinte:
SE EU FOR ELEITO, OS PRESOS VÃO LIMPAR AS MATAS.
Não se dê ao trabalho de tentar justificar como, quando e onde será posta em prática, porque, na verdade, ninguém quer saber. O Sr. Sujeito Passivo quer é ver as matas limpas, de preferência por alguém que no resto do tempo anda em festas de aniversário nas prisões.
Nem pense em abordar outras medidas sem passar por esta primeiro. Seria o fracasso político.
Passemos então a outras medidas que certamente marcariam a diferença em relação a todos os outros candidatos e com as quais estou seguro que o Sr. Sujeito Passivo se identifica.
I. Símbolos nacionais
Os símbolos nacionais estão todos ultrapassados, não porque sejam desadequados, mas porque o Sr. Sujeito Passivo não se identifica com eles.
1. Bandeira
Está na altura de mudar a bandeira nacional. O verde e o vermelho estão muito bem, mas aquela esfera armilar com os castelos e as chagas de Cristo têm de sair dali. Ora vejamos: quem sente mais Portugal que os nossos emigrantes? No estrangeiro, os emigrantes exibem as esferas armilares com orgulho? Claro que não.
É por isso que o o Sr. Sujeito Passivo quer ver este símbolo na bandeira, porque é este que representa a nossa pátria:

2. Língua nacional
Está na altura de retirar o português como língua oficial portuguesa. Ser a língua nacional implica que se comunique obrigatoriamente em português em todas as ocasiões formais e que a sua aprendizagem seja obrigatória na escola, além de que potencia uma certa superioridade moral em quem o domina, o que é um claro factor de discriminação social.
Está na altura de cada um poder falar e escrever como quiser, desde que se faça entender. O Sr. Sujeito passivo quer lá saber de regras da língua ou de textos sem pontuação.
3. Dia de Portugal
10 de Junho tem de deixar de ser o Dia de Portugal. Camões não passa de um tormento para quem o estuda (o Sr. Sujeito Passivo lembra-se bem disso) e tem um historial de vida que deixa algo a desejar. Além disso, o Sr. Sujeito Passivo deixou bem claro, em 2007, quem acha que merecia ter a sua data de falecimento assinalada como o Dia de Portugal, como se pode constatar aqui. 27 de Julho é um bom dia para substituir 10 de Junho, até até para não acontecer o que aconteceu em 2004, em que tivemos dois feriados num dia só.
II. Saúde
Simples: anuncie que nenhum português vai ter um hospital a mais de 30 km de casa e nenhum centro de saúde a mais de 10.
III. Educação
Proponha a reinstituição do velho exame da 4ª classe (sem o português, mas com a aritmética, as serras, os rios de Portugal, as barragens, as linhas de metropolitano de Lisboa e do Porto, etc.). O Sr Sujeito Passivo está farto de afirmar, e com razão, que ele com a 4ª classe sabe mais que muita gente que tem cursos superiores.
IV. Segurança
Proponha a organização de combates entre reclusos contra feras, à boa maneira dos gladiadores romanos. Os defensores dos animais não se preocupam que as feras ataquem os humanos, desde que depois possam voltar ao seu habitat natural. E o Sr. Sujeito Passivo, apesar de achar que o excesso de reclusos nas cadeias se deve não à falta de recursos físicos e humanos, mas sim ao excesso de criminosos, entende que uma boa maneira de dissuadir potenciais meliantes é alertá-los de que se fogem à lei, poderão ter um encontro marcado (e desarmados!) contra o voraz Jubas.
V. Cultura
Proponha a retirada de todo o apoio estatal para a cultura e as artes. O Sr. Sujeito Passivo considera que o dinheiro gasto a apoiar essa gente que não produz, que não serve para nada e que só mama subsídios estatais, deveria ser canalizado para outros meios, como as Forças Armadas, por exemplo.
VI. Defesa
Proponha o serviço militar obrigatório para toda a gente medicamente apta para o fazer. O Sr. Sujeito Passivo fez-se homem na tropa e orgulha-se disso, porque homem que é homem (e mulher que é mulher) foi à tropa.
VII. Emprego
Proponha a abolição do subsídio de desemprego e do rendimento social de inserção. Os seus beneficiários não passam de uns preguiçosos que, enquanto puderem, ficarão como estão até que a morte os leve. Aqueles que decidirem não trabalhar irão fazer companhia aos reclusos na limpeza das matas ou a cultivar terrenos baldios. Tanta terra por trabalhar...
VIII. Justiça
Está na altura de acabar com a morosidade na justiça: proponha que qualquer processo judicial tenha de estar resolvido num prazo máximo de seis meses. Passado este tempo, o acusado é entregue ao povo, que ficará com a legitimidade de, no prazo máximo de uma semana, fazer dele o que quiser. Passado este tempo, se o acusado continuar vivo, fica com o cadastro limpo.
IX. Impostos
Pagam-se demasiados impostos. Prometa que tentará baixar os impostos de tudo e mais alguma coisa, mas subir o IVA daquilo que é completamente inútil (a saber, os livros) para 100%. Menos livros significam menos árvores abatidas e menos árvores abatidas significam mais floresta. Além disso, os filhos do Sr. Sujeito Passivo estão tão habituados aos tablets e aos telemóveis que quando pegam num livro, em vez de o folhearem, passam com um dedo para cima e para baixo para procurar novo conteúdo e em vez de usarem um marcador de livros para recomeçarem de onde estavam, tiram um print screen à página em que estavam.
X. Ambiente
Proponha a retirada de todos os caixotes e contentores do lixo das ruas. o Sr. Sujeito Passivo vê tanto lixo nas ruas, nos campos e nas praias que nem lhe ia fazer diferença.
XI. Legislação laboral
- Defenda que o período de nojo não se deve aplicar apenas ao falecimento dos familiares e cônjuges, mas também aos animais domésticos. Acredite que há quem fique uma semana a chorar a partida do peixinho do aquário.