Chega esta altura do ano e eis que esta palavra surge proeminentemente na boca de toda a gente, mesmo em quem não a usava e passou a usar só porque os outros usam. Há gente que critica o excesso de anglicismos (e com razão), mas nunca vi ninguém criticar o uso deste galicismo. Réveillon não será uma "simples" festa de transição de ano? Dá vontade de me armar em emigrante português e chamar ao evento revelhão, ou até mesmo rebelhão.
Depois temos a ocasião em si: antes dela, nota-se que as pessoas como que por magia ficam mais alegres e mais simpáticas (nada contra). E como que por maldição, por volta da meia-noite de 31 de Dezembro eis que as pessoas de alegres e simpáticas passam a parvas e idiotas, e é vê-las de copos e garrafas na mão e, como diria um senhor que eu conheço, com traje domingueiro, como se fosse uma espécie de Carnaval B. No lado masculino, o típico calças abaixo do cu põe-se de modo "elegante", de modo a que com uma taxa de alcoolemia significativa seja mais fácil acasalar com uma fêmea (na maioria dos casos, claro), até porque, do lado feminino, é a oportunidade soberana de parecer uma vacarrona, mas com roupas caras.
O dia seguinte é gasto pelo processo de dissolução de substâncias pirileiras pelo corpo humano, e, por fim, chega o regresso à dura realidade.
[Nota: trata-se de uma generalização, e, como todas as generalizações, corre o risco de estar rotundamente errada na aplicação a uma dada porção de indivíduos em particular]
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Outra vez os feriados de 2010
Agora vem o patronato vem pedir que se reduzam os feriados, e lá veio a comunicação social toda exaltada a rever outra vez o calendário e a rever que há possibilidade de ponte no Carnaval e no Corpo de Deus [QUE SURPRESA! ATÉ NEM SÃO DOIS FERIADOS QUE CALHAM SEMPRE À TERÇA E QUINTA...]. Curiosamente, falavam que o primeiro feriado a ser abolido poderia ser o 1º de Dezembro, que logo a seguir ao Dia de Portugal, é o feriado mais português de todos.
O que há seguramente cá são feriados religiosos a mais. Estive a dar uma olhadela à lista de feriados noutros países e Portugal pareceu-me ser o único em que o Corpo de Deus, a Assunção de Maria e a Imaculada Conceição são todos feriados. Por outro lado, há países em que o dia de Reis é feriado e aqui não.
Eu retiraria os três feriados já citados, pela simples razão que três desses feriados são "demasiado" religiosos, e fora do seio da Igreja ninguém lhes liga nenhuma. Aboliria também o feriado de 1 de Janeiro, porque é um feriado onde a única coisa que se "comemora" é a mudança de um ano para o outro, que afinal de contas é uma coisa que acontece todos os dias. [Ou então as pessoas deveriam comemorar os seus aniversários a 1 de Janeiro. Assim despachava-se tudo.]
Em relação aos restantes feriados, vamos lá dissecá-los:
Carnaval --> mantê-lo-ia, nem que seja pela tradição e para poder dizer mal dos homens que têm a mania de se mascararem de mulheres, em vez de outra coisa qualquer, como veteranos universitários, por exemplo. Note-se que o feriado não é obrigatório.
Sexta-Feira Santa e Páscoa --> para se manterem, porque é uma das ocasiões privilegiadas para o reencontro de famílias. Como se faz em muitos países na Europa, o dia a seguir à Páscoa é que deveria ser feriado em vez do domingo em si.
'Tcinc d'Abrile (como dizem por aqui) --> é um feriado que me deixa muitas dúvidas... Não há muitos sítios no mundo em que uma "simples" mudança de regime político seja motivo para feriado. Mas enfim, ainda é recente, está bem.
Dia do Trabalhador --> Nada a obstar, porque quem faz um país são os seus trabalhadores.
Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas --> o nome diz tudo. Feriado obrigatório... e tenho pena que não se dê a devida importância a ele...
Implantação da República --> aplica-se o mesmo que no caso do 'tcinc d'Abrile, sendo que depois dos cem anos podia ir à vida. Não me parece que ser república ou monarquia faça assim tanta diferença...
Dia de Todos os Santos --> as pessoas costumam dedicar este dia à memória dos seus entes queridos que já partiram, e como tal acho que deve ficar.
Restauração da Independência --> Já falei dele acima...
Natal --> a festa da família por excelência. Ser o Pai Natal ou o menino Jesus é indiferente. Em quase toda a Europa o dia 26 é também feriado, e há casos em que 24, 25 e 26 são todos feriados...
Feriado municipal --> feriados municipais num dia específico têm a desvantagem de poder calhar num fim de semana. Deviam ser coisas do tipo "terceira segunda-feira do mês x".
Como se faz nalguns países, sempre que um feriado calhe num fim de semana, ele deve saltar para a segunda-feira seguinte. Por outro lado, não estou contra que feriados que calhem à terça ou quinta-feira sejam antecipados ou atrasados.
Por fim, os patrões deveriam ter o poder de fazer o seguinte: num determinado dia, chamariam os seus subordinados para fazerem um teste de conhecimento de feriados. Quem não soubesse o que se comemorava em determinado dia, não teria o direito a goza o feriado. Acho que seria bom tanto para as empresas como para o nível intelectual deste país.
O que há seguramente cá são feriados religiosos a mais. Estive a dar uma olhadela à lista de feriados noutros países e Portugal pareceu-me ser o único em que o Corpo de Deus, a Assunção de Maria e a Imaculada Conceição são todos feriados. Por outro lado, há países em que o dia de Reis é feriado e aqui não.
Eu retiraria os três feriados já citados, pela simples razão que três desses feriados são "demasiado" religiosos, e fora do seio da Igreja ninguém lhes liga nenhuma. Aboliria também o feriado de 1 de Janeiro, porque é um feriado onde a única coisa que se "comemora" é a mudança de um ano para o outro, que afinal de contas é uma coisa que acontece todos os dias. [Ou então as pessoas deveriam comemorar os seus aniversários a 1 de Janeiro. Assim despachava-se tudo.]
Em relação aos restantes feriados, vamos lá dissecá-los:
Carnaval --> mantê-lo-ia, nem que seja pela tradição e para poder dizer mal dos homens que têm a mania de se mascararem de mulheres, em vez de outra coisa qualquer, como veteranos universitários, por exemplo. Note-se que o feriado não é obrigatório.
Sexta-Feira Santa e Páscoa --> para se manterem, porque é uma das ocasiões privilegiadas para o reencontro de famílias. Como se faz em muitos países na Europa, o dia a seguir à Páscoa é que deveria ser feriado em vez do domingo em si.
'Tcinc d'Abrile (como dizem por aqui) --> é um feriado que me deixa muitas dúvidas... Não há muitos sítios no mundo em que uma "simples" mudança de regime político seja motivo para feriado. Mas enfim, ainda é recente, está bem.
Dia do Trabalhador --> Nada a obstar, porque quem faz um país são os seus trabalhadores.
Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas --> o nome diz tudo. Feriado obrigatório... e tenho pena que não se dê a devida importância a ele...
Implantação da República --> aplica-se o mesmo que no caso do 'tcinc d'Abrile, sendo que depois dos cem anos podia ir à vida. Não me parece que ser república ou monarquia faça assim tanta diferença...
Dia de Todos os Santos --> as pessoas costumam dedicar este dia à memória dos seus entes queridos que já partiram, e como tal acho que deve ficar.
Restauração da Independência --> Já falei dele acima...
Natal --> a festa da família por excelência. Ser o Pai Natal ou o menino Jesus é indiferente. Em quase toda a Europa o dia 26 é também feriado, e há casos em que 24, 25 e 26 são todos feriados...
Feriado municipal --> feriados municipais num dia específico têm a desvantagem de poder calhar num fim de semana. Deviam ser coisas do tipo "terceira segunda-feira do mês x".
Como se faz nalguns países, sempre que um feriado calhe num fim de semana, ele deve saltar para a segunda-feira seguinte. Por outro lado, não estou contra que feriados que calhem à terça ou quinta-feira sejam antecipados ou atrasados.
Por fim, os patrões deveriam ter o poder de fazer o seguinte: num determinado dia, chamariam os seus subordinados para fazerem um teste de conhecimento de feriados. Quem não soubesse o que se comemorava em determinado dia, não teria o direito a goza o feriado. Acho que seria bom tanto para as empresas como para o nível intelectual deste país.
Jorge Lopes (1947 - 2009)
Passa agora um mês sobre o falecimento sobre um dos mais notáveis jornalistas desportistas nacionais, e o único verdadeiramente eclético da nossa televisão.
Fundamentalmente dedicava-se ao atletismo, revelando um amplo conhecimento sobre os atletas e sobre as vertentes técnicas de cada disciplina. Cobriu vários Jogos Olímpicos, e Campeonatos do Mundo em pista tanto ao ar livre como em pista coberta e em corta-mato. (Ainda bem que a RTP pertence à Eurovisão...) Não tenho a certeza, mas terá sido ele quem comunicou aos portugueses todas as medalhas de ouro olímpicas por desportistas portugueses. Para ser mauzinho, podia agora dizer que nenhum desportista português ganhará um título olímpico nas próximas décadas...
Era a única voz da RTP que eu ouvia a falar alguma coisa sobre desportos de inverno e sobre os Jogos Olímpicos deste tipo de desportos. Vancouver é já em Fevereiro, como irá a RTP fazer? :x
O tempo passa e as grandes referências de outrora vão passando... Já não estão entre nós Jorge Perestrelo, Adriano Cerqueira, o prof. João Coutinho, agora o Jorge Lopes... Restam-nos ainda, felizmente, o Fernando Correia e o Gabriel Alves.
Fundamentalmente dedicava-se ao atletismo, revelando um amplo conhecimento sobre os atletas e sobre as vertentes técnicas de cada disciplina. Cobriu vários Jogos Olímpicos, e Campeonatos do Mundo em pista tanto ao ar livre como em pista coberta e em corta-mato. (Ainda bem que a RTP pertence à Eurovisão...) Não tenho a certeza, mas terá sido ele quem comunicou aos portugueses todas as medalhas de ouro olímpicas por desportistas portugueses. Para ser mauzinho, podia agora dizer que nenhum desportista português ganhará um título olímpico nas próximas décadas...
Era a única voz da RTP que eu ouvia a falar alguma coisa sobre desportos de inverno e sobre os Jogos Olímpicos deste tipo de desportos. Vancouver é já em Fevereiro, como irá a RTP fazer? :x
O tempo passa e as grandes referências de outrora vão passando... Já não estão entre nós Jorge Perestrelo, Adriano Cerqueira, o prof. João Coutinho, agora o Jorge Lopes... Restam-nos ainda, felizmente, o Fernando Correia e o Gabriel Alves.
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