quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Robert Enke

Faleceu ontem o melhor guarda-redes do Benfica da última década, ainda por cima apanhando o Benfica na pior fase da sua história.
Infelizmente, todos temos problemas e o ex-internacional germânico não conseguiu superá-los. Como dizia há pouco Gabriel Alves - e desta vez sem nenhuma calinada -, desejamos sempre que quem tem problemas consiga dar a volta por cima. Nem sempre é fácil, e, muitas vezes, não há mesmo volta a dar. Mas enfim, nem toda a gente reage da mesma maneira.
Resta-nos a recordação de um guarda-redes que veio para ser suplente do Benfica e acabou a fazer 94 jogos em três temporadas. Assinara por três épocas com o Benfica e cumpriu o contrato, pelo que me pareceram injustas as críticas que na época lhe fizeram por ir jogar para o Barcelona. Sejamos francos: jogar na Liga dos Campeões é uma coisa e jogar na Taça UEFA (ou nem isso) é outra, e ele sofreu a humilhação (e sem quaisquer culpas!) de apanhar com um 7:0 em Vigo. Jogar ao lado do Marco Freitas e do Sérgio Nunes é uma coisa, jogar ao lado do Rivaldo e do Luis Enrique é outra. Ganhar cinco vezes mais dinheiro pesa, seja para quem for.
Não me vou esquecer de numa das épocas o Benfica regressar ao trabalho num determinado dia de Verão e ele antecipar propositadamente as suas férias para começar a treinar e preparar desde logo a nova temporada!
Voltando à questão psicológica, parece que ele tentou sempre esconder tudo o que se passava e não terá procurado por ajuda psicológica (isto carece de confirmação). Pensei no seu compatriota Sebastian Deisler, uma antiga promessa do futebol alemão, que após repetidas lesões e depressões decidiu pôr um ponto final na carreira aos 27 anos. Não sei se ele é feliz ou não, mas enquanto esteve no Bayern, deu muito trabalho à entidade que lhe pagava... Deveria ter Enke seguido o seu exemplo?

EDITADO: afinal Enke procurou ajuda, sim, mas nunca quis ser internado.

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