Rui Costa e Bruno Neves

Domingo fiz questão de assistir in loco à despedida dos relvados de Rui Costa. Ponho-me a pensar se alguma vez farei algo de semelhante por qualquer outro jogador ou desportista. Talvez Roger Federer...

Afinal, que tem Rui Costa de tão especial? Rui Costa não é apenas um "simples" grande jogador. Sempre houve grandes jogadores, e sempre haverá grandes jogadores. Como dizia Bobby Robson, "como a bola é redonda, quem era um grande jogador há cinquenta anos sê-lo-ia agora e quem é um grande jogador agora também o seria há cinquenta anos".

Em Rui Costa acabamos por encontrar o que é raro, e consequentemente, mais valioso. O próprio olhar do craque da Damaia transmite sinceridade!...

Rui Costa tem dignidade.
Rui Costa tem vergonha na cara.
Rui Costa tem honra.
Rui Costa tem classe.

Acima de tudo, Rui Costa tem CARÁCTER. Já não se fazem homens assim.


Quando cheguei a casa, soube do falecimento do ciclista da LA MSS Bruno Neves. Pela segunda vez, Manuel Zeferino vê um ciclista seu falecer (Manuel Abreu depois de um treino, Bruno Neves vítima de queda - até à confirmação da autópsia, pensa-se que terá sido pelas lesões causadas pela queda). Com isto ponho-me a pensar em quão arriscado é ser-se ciclista (e tomo aqui a acepção de ciclista como todo o indivíduo que usa como meio de locomoção a bicicleta), ao ponto de em determinadas situações, nomeadamente aquelas em que o ciclista tem de fazer mudanças de direcção ou tem prioridade sobre veículos a motor ordenada pela sinalização existente, se ter de subverter o Código da Estrada para se garantir a própria segurança. Com isto não quero dizer que seja favorável ou que desculpe os ciclistas que se põem a andar em contramão ou se atravessam à frente de quem passa na estrada. Por outro lado, o ciclista torna-se um elemento frágil da estrada, na medida em que rajadas de vento podem originar desvios de trajectória pronunciados e enganar quem estiver por perto e tornar impossível o embate, isto para não falar dos infames cães que nasceram com algo no cérebro que os faz odiar as bicicletas.

Para finalizar, queria só deixar esta frase: quando andar de bicicleta, veja bem o que faz e por onde anda...