Bem, chegou a Peste Negra do século XXI.
Todos os dias lá vinha a inevitável sequência: "Foram confirmados n novos casos de gripe A. O número de afectados sobe para x", como se as pessoas que fossem afectadas nunca mais recuperassem (como se tivessem sida ou algo assim).
Por sorte temos uma ministra da Saúde que é médica e manteve a serenidade - por vezes, mais parecia que estava a dar consultas a toda a gente diante dos microfones - e, pergunto-me, o que teria acontecido se, por exemplo, Correia de Campos ainda fosse ministro?
Fica uma sugestão para as televisões conseguirem resultados históricos de audiências: uma entrevista EXCLUSIVA com uma vítima de gripe A:
"Este homem/esta mulher foi atacada pela gripe A e SOBREVIVEEEEEEEEEU e vai contar tudo à [nome da estação]. Uma história de vida apaixonante para conhecer neste [nome do noticiário]" repetidamente.
É óbvio que se tivesse sido um caso grave (como alguns que infelizmente aconteceram) até seria uma reportagem minimamente interessante. Caso contrário, podia tornar-se um quase sketch do Telerural, com um diálogo do tipo:
Entrevistador: Então diga lá como esteve naquela semana em que esteve doente!
Ex-doente: Foi uma coisa horrível. Fiquei uma semana sem sair de casa, não podia ir tomar café, nem levar o cão à rua, nem ver o Verão Total ao vivo...
Entrevistador: O que é que lhe aconteceu exactamente com a gripe A?
Ex-doente: Doía-me a cabeça, tive febre, falta de apetite... enfim, nada de especial.
Entrevistador: Só isso?!
Ex-doente: Só.
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