Praxes académicas: finalmente o país todo passou a discutir este assunto, em vez de serem só os intervenientes nesses rituais satânicos.
Pelo que me é dado a entender, a população em geral está contra a existência de praxes, pelo que à partida seria fácil acabar com elas.
Mas também me parece que a maior parte da população universitária é favorável. Já deu para perceber que o povo português gosta muito do Carnaval; antigamente só o Carnaval é que era Carnaval, mas agora o Halloween também já serve para Carnaval, o Natal também já tem o seu quê de carnavalesco, a passagem de ano (solar) é Carnaval e agora apareceu outro Carnaval: as Colour Run. Então se tivermos mais uma oportunidade para fazermos figuras que só faríamos nas ocasiões citadas, para quê recusar? O mais curioso é que os estudantes se sujeitam a figuras que nem nas outras datas se sujeitariam a fazer: suponhamos que eram obrigados a transportar uma placa com uma seta apontada ao ânus com a inscrição "ENTRADA LIVRE" em qualquer outro contexto que não o da praxe. O que fariam? Insurgir-se-iam e deixaria de haver desemprego na advocacia. Se a maioria dos estudantes enfrentasse o lado negro das universidades, de certeza que a questão se resolveria rapidamente.
As praxes até teriam a sua piada se envolvessem situações mais rocambolescas. Acho que seria bem interessante ver um grupo de estudantes a passar junto do Ministério das Finanças a berrar "UMA VERGONHA! UMA VERGONHA! SÃO UMA VERGOOOOONHA! VOCÊS SÃO UMA VERGOOOOOONHA", ou a entrarem no metro e a dizerem em uníssono "Tenha a bondade de m'assliare", chegarem ao pé do Estádio José de Alvalade XXI e fingirem que faziam chichi contra a parede, colocarem uma placa à entrada da Assembleia da República com a inscrição "DOMVS MALEFACTORVM"; no Porto fazerem o mesmo no Estádio do Dragão, com a expressão "DOMVS CORRUPTIONIS", ou cantarem "Ehh, sou benfiquista, com muito orgulho, com muito amoooooooor!". E, no país todo, levarem uma máscara de Cavaco Silva com uma bandeira de Portugal de pernas para o ar.
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